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Danos e seus efeitos,o que eu vi em minhas aventuras

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Mensagem por Peti Qua Mar 07, 2012 1:51 am

Dragonlance

Dragões do Crepúsculo do Outono,pág. 108 e 109

Danos e seus efeitos,o que eu vi em minhas aventuras Black_dragon

"Então o terror saiu do poço... o terror de seus pesadelos febris. Vendaval fechou os olhos e não viu mais nada. Era um dragão.
Tanis, naqueles primeiros momentos, quando seu sangue pareceu se esvair de seu corpo, deixando-o fraco e sem vida, olhou para o dragão assim que ele saiu do poço e pensou, "Que lindo... que lindo...” Negro e liso, o dragão ergueu-se, suas asas brilhantes dobradas ao lado de seu corpo, as escamas cintilando. Os olhos luziam com um tom vermelho-negro, da cor de pedra fundida. Sua boca se abriu em um rosnado, os dentes reluziam brancos e malignos. A língua vermelha e longa, enrolava-se quando ela respirava o ar noturno. Livre do confinamento do poço, o dragão abriu suas asas, ocultando as estrelas, obliterando o luar. Cada asa tinha na ponta, uma garra branca que luzia vermelha como sangue sob a luz de Lunitari.
Um medo, como Tanis nunca tinha imaginado antes, encolheu seu estômago. Seu coração pulsava dolorosamente; ele não conseguia respirar. Conseguia apenas olhar com terror e espanto, maravilhado com a beleza mortal da criatura. O dragão circundou cada vez mais alto em direção ao céu noturno. Então, quando Tanis sentiu o medo paralisante começar a diminuir, e começou a buscar seu arco e flecha, o dragão falou.
Ela disse uma palavra — uma palavra na língua da magia — e uma escuridão espessa e terrível caiu do céu, cegando todos eles. Tanis perdeu instantaneamente a noção de onde ele estava. Ele só sabia que havia um dragão acima dele pronto para atacar. Ele era incapaz de defender a si mesmo. Tudo que ele conseguia fazer era se agachar, rastejar entre os destroços, e tentar se esconder desesperadamente.

Privado do seu sentido da visão, o meio elfo concentrou-se em sua audição. O som estridente tinha parado no momento em que a escuridão caiu sobre eles. Tanis conseguia ouvir o lento e gentil bater das asas coriáceas do dragão e sabia que ela estava voando em círculos acima deles, subindo cada vez mais. Depois, ele não conseguia mais ouvir o bater das asas; as asas tinham parado de bater. Ele visualizou uma grande ave de rapina negra, suspensa no ar, esperando.
Depois, ouviu-se um som gentil de farfalhar, o som de folhas sendo carregadas quando o vento fica forte, antes de uma tempestade. O som aumentou cada vez mais, até se transformar no barulho do vento quando a tempestade chega e então se ouviu o som estridente do furacão. Tanis pressionou o corpo contra o poço quebrado e cobriu a cabeça com as mãos.
O dragão estava atacando. Ela não conseguia enxergar na escuridão que ela mesmo havia criado, mas, Khisanth sabia que os intrusos ainda estavam no pátio lá embaixo. Seus asseclas, os dragonianos, tinham-na avisado de que um grupo perambulava por aquelas terras, levando consigo o cajado de cristal azul. Lorde Verminaard queria o cajado, queria que ele estivesse guardado e seguro com ela, para nunca mais ser visto nas mãos de humanos. Mas ela o tinha perdido e Lorde Verminaard não estava contente com isso. Ela tinha de consegui-lo de volta. Por isso, Khisanth tinha esperado um instante antes de conjurar a magia da escuridão, estudando cuidadosamente os intrusos à procura do cajado. Sem saber que o cajado já havia saído de seu campo de visão, ela estava satisfeita. Ela só tinha que destruir.

A dragoa despencou do céu, suas asas coriáceas curvando-se para trás como a lâmina de uma adaga negra. Ela desceu na direção do poço, para onde tinha visto os intrusos correrem em busca de proteção. Sabendo que eles estariam paralisados devido à dragofobia, Khisanth tinha certeza de que poderia matar a todos com um só golpe. Ela abriu sua boca cheia de presas. Tanis ouviu o dragão se aproximando. O som de alguma coisa se aproximando foi ficando cada vez mais alto, depois parou por um instante. Ele podia ouvir enormes tendões estalando, erguendo e abrindo as asas gigantescas. Depois, ele ouviu o som de ar sendo sugado por uma garganta aberta, e então, um som estranho que o lembrou de vapor escapando de uma chaleira de água fervendo. Alguma coisa liquida espirrou perto dele. Ele ouvia pedras borbulhando rachando e se partindo. Gotas do líquido espirraram em suas mãos, e ele arquejou quando uma dor lancinante penetrou seu ser.

Depois, Tanis ouviu um grito. Era uma voz grave, o grito de um homem... Vendaval. Tão terrível, tão agonizante era o grito que Tanis enfiou as unhas na palma de sua mão para evitar que a sua voz se juntasse àquele grito horrível de dor e ele revelasse sua posição ao dragão. O grito parecia sem fim, mas depois ele se transformou em um gemido. Tanis sentiu um corpo grande passar por ele na escuridão. As pedras, contra as quais ele comprimia seu corpo, tremeram. Então, o tremor provocado pela passagem do dragão afundou cada vez mais nas profundezas do poço. Finalmente o chão estava firme. Fez-se silêncio.
Tanis encheu os pulmões e abriu os olhos. A escuridão tinha desaparecido. As estréias reluziam; as luas brilhavam no céu. Por um momento, o meio elfo não conseguia fazer outra coisa a não ser respirar e respirar de novo, tentando acalmar seu corpo que tremia. Aí, ele se levantou e correu na direção de uma forma escura deitada no pátio de pedra. Tanis foi o primeiro a chegar perto do corpo do homem das planícies. Ele deu uma olhada, depois engasgou e virou o rosto para o outro lado.
O que havia restado de Vendaval não se parecia mais com qualquer coisa humana. A carne do homem tinha sido calcinada. O branco dos ossos era claramente visível nos lugares onde a pele e os músculos tinham derretido. Seus olhos escorriam como geléia pelas bochechas descarnadas. Sua boca estava aberta num grito silencioso. Suas costelas estavam expostas; havia pedaços de carne e roupa queimada grudados nos ossos. Mas, o mais horrível, a carne de seu torso tinha sido queimada a ponto de desaparecer, deixando os órgãos expostos, pulsando vermelho, sob a luz vermelho vivo do luar.

Tanis se abaixou, vomitando. O meio elfo havia visto muitos homens morrerem empunhando sua espada. Ele tinha visto homens estraçalhados por trolls. Mas isto... isto era horrivelmente diferente e Tanissabia que a lembrança disto, iria assombrá-lo para sempre. Um braço forte segurou-o pelos ombros, oferecendo, conforto, compaixão e compreensão em silêncio. A náusea
passou. Tanis se sentou e respirou. Ele limpou a boca e o nariz, depois, tentou engolir a saliva e se sentiu nauseado."
Peti
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